Na Nasa, paraibana vai pesquisar planetas fora do Sistema Solar
Raíssa Estrela começou a fazer ecologia, mas, após conhecer um professor, decidiu mudar de curso.
Por Clara Rezende*, G1 PB
11/08/2018 15h14 Atualizado há 12 horas
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Raíssa já visitou o Cerro Paranal, no Chile, onde estão instalados telescópios do Observatório Europeu do Sul (ESO) (Foto: Raíssa Estrela/Arquivo pessoal)
Com o sobrenome “Estrela”, a paraibana Raíssa, de 29 anos, vai cursar parte do doutorado na NASA (National Aeronautics and Space Administration), nos Estados Unidos. O tema da pesquisa dela é a atmosfera de planetas fora do Sistema Solar. E embora essa seja uma grande oportunidade, não era a ideia inicial de Raíssa ao entrar para a universidade.
Nascida em João Pessoa, ela foi para Natal, capital do Rio Grande do Norte, com o objetivo de cursar ecologia na Universidade Federal. “Foi aí que eu conheci o meu futuro orientador durante a física, que era o Renan Medeiros. Ele já trabalhava com astrofísica e me ofereceu uma bolsa de iniciação científica nessa área”, disse.
Segundo a pesquisadora, esse encontro foi um impulso para que ela fosse para uma área que sempre a interessou. “Eu sempre quis fazer astrofísica, só que eu tinha um pouco de receio, então eu acabei começando em outra área que eu também gostava”, comentou.
Ela explicou que, embora a Universidade da Paraíba (UFPB) tenha o curso de graduação em física, a área que escolheu não está entre os campos de pesquisa da instituição. "Em Natal tinha a pesquisa em astrofísica, que era a pesquisa que eu queria continuar exercendo. Lá em Natal tem um grupo forte dessa área. Na UFPB, a pesquisa é em cosmologia e outras áreas da física", explicou.
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Raíssa Estrela tem como projeto do doutorado uma pesquisa sobre a atmosfera de planetas fora do Sistema Solar (Foto: Raíssa Estrela/Arquivo pessoal)
A NASA
A pesquisa de doutorado de Raíssa é voltada para investigar a atmosfera de planetas fora do Sistema Solar e, assim, tentar compreender as consequências desses aspectos para as condições de habitação desses planetas.
“É estudar a composição da atmosfera desses planetas, para ver do que eles são formados, quais tipos de moléculas que têm lá, se tem oxigênio, se tem metano. Então tudo que a gente vê vai dizer se esse planeta pode ter vida ou não”, comentou.
“O único modo que a gente tem, hoje em dia, de saber sobre a estrutura interna de um planeta, fora do nosso Sistema Solar, é vendo a sua”, pontuou.
Com essa temática em mente, Raíssa começou a analisar quais eram as possíveis instituições para fazer parte do doutorado fora do Brasil. “Eu fui em busca de um lugar e um dos lugares foi a NASA. Porque lá tem pesquisadores que estão dentro dessa área que eu estudo, são pesquisadores muito bons. Então eu entrei em contato com eles e a gente construiu um projeto juntos”, afirmou.
Apesar disso, segundo ela, os requisitos para ser aceita na NASA começaram a ser formados ainda na graduação. “Eu já comecei me iniciando na pesquisa em ciências, então durante toda essa minha carreira acadêmica eu fui construindo de forma a ter artigos, a ter publicações que aumentassem minha bagagem”, frisou.
“Tudo isso fez com que eu tivesse pontos positivos para que a NASA conseguisse me aceitar, hoje em dia, como estudante”, contou.
Embora tenha o apoio da instituição que concede a bolsa e de outros pesquisadores, Raíssa ressaltou que a trajetória para chegar a um doutorado na NASA não foi fácil.
“É um caminho que exige dedicação, muito estudo e vontade. Temos que gostar mesmo daquilo que a gente está fazendo”
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